quinta-feira, 26 de setembro de 2019

Diário de Bordo

O início do Diário de Bordo:

10 de setembro de 2019, terça-feira, 20:50, formação da dupla composta por Daiana Ramos e Valéria Ribeiro.

11 de setembro de 2019, quarta-feira, reorganização da equipe com adesão de Daniel Renan, Elma e Emile.

11 de setembro de 2019, quarta-feira, 19:10, houve um consenso e a decisão do tema sobre pesquisar e descrever sobre " As influências do Continente africano na vida religiosa da sociedade e na contribuição da formação do vocabulário brasileiro".

13 de setembro, sexta-feira, 10:30, foi realizada uma pesquisa relacionada com o tema, na Biblioteca Jorge Amado, localizada na cidade de Camaçari, contudo não foram achados dados suficientes, mas ainda assim, valiosos.

16 de setembro, segunda-feira, 16:20, houve a visita no terreiro de candomblé Ylê Axé Opó Oyá, pertencente a nação de Ketu, onde conhecemos como é a organização desse espaço religioso e seus lideres, como Dona Betinha, foi a mesma que concedeu o seu tempo para falar sobre o lugar.

17 de setembro, terça-feira, 17:50, estava marcada uma visita para uma entrevista com o representante da Pastoral Afro da Diocese de Camaçari, Nino Borges. O mesmo, nos concedeu informações preciosas para o desenvolvimento do tema.


26 de setembro, quinta-feira, 14:20, foi realizada uma pesquisa de campo para constatar o quanto é perceptível a influência do vocábulo africano na sociedade.

83% dos entrevistados, disseram que tem conhecimento de como o vocabulário brasileiro foi formado.
91% acreditam que houve influências de outros idiomas.
92% identifica a influência da cultura africana no idioma.

O que pode observar através dessa pesquisa, simples e rápida, apesar de ter conhecimento da forte influência do negro no vocabulário brasileiro, ainda assim, é ligado a religiosidade. Contudo, ainda citando palavras de origem africana, vemos que o vocábulo que usamos no nosso cotidiano é pouco estudado. A pesquisa foi realizada com pessoas de diferentes classes sociais, idades e níveis de escolaridade. Percebendo que, as pessoas que tinham ligação mais profunda com a questão étnica negra, são as mais que demonstraram conhecimento.
 





Referências:

Contribuições africanas na formação do português brasileiro: elementos linguísticos e culturais. Roberta Pires de Oliveira. Monografia em Linguística. Brasília, 2017.

MENDONÇA, Renato. A Influência africana no português do Brasil. Brasília: FUNAG, 2012.

CONCEIÇÃO, Juvenal de Carvalho. A Ideia de África: Obstáculo para o Ensino de História Africana no Brasil. Projeto História, São Paulo, n. 44, pp. 343-353, jun. 2012.

PEREIRA, Maria Izabel de Carvalho. Linguagem do cotidiano em tendas, comunidades, fraternidades, centros e barracões de Candomblé, Umbanda e outros cultos de raiz afrobrasileiros. Ituiutaba: Barlavento, 2014.p.368.



segunda-feira, 23 de setembro de 2019

A influência africana em nosso vocabulário

A predominância de uma norma padrão, traz a seleção e, ao mesmo tempo, uma exclusão das variantes da língua, transformando a linguística em uma forma de poder. Na fala de Bagno, ele explica: “quem está no poder vai querer impor o seu modo de falar a todo o resto da população”, demonstrando com isso, que a mesma, pode ser um instrumento de dominação, descaracterizando todos aqueles que falam de diferente da forma padronizada, gerando um preconceito linguístico.
Muita da nossa influência vem do iorubá que era falado pelas tribos Nagô, e o quimbundo, falado pelos Bantos.
Contudo, é bom ressaltar que algumas palavras oriundas do idioma português, como por exemplo, inhame, revela um contato anterior dos portugueses com povos africanos, pois a palavra citada, foi escrita na carta de Caminha para o rei de Portugal, revelando a influência no vocábulo dos colonizadores.
“O negro influenciou sensivelmente a nossa língua popular. Um contato prolongado de duas línguas sempre produz em ambos fenômenos de osmose.” Renato Mendonça.

Podemos encontrar a influência da linguagem africana presentes na infância, em palavras como: cacá, pipi, bumbum, neném, mimi, cocô.
Exemplos de palavras de origem africana incorporada a linguagem que utilizamos no cotidiano:
Nzumbi = zumbi
Ndenge = denge(dengoso)
Mbunda = bunda
Mbirimbau = berimbau
Cazuli = caçula
Kitútu = quitute
Calumba = calombo
Sanzála = senzala
Caricúnda = carcunda



“A linguagem ocupa o lugar que ocupam os falantes em sociedade e uma variação linguística vale o que valem na sociedade os seus falantes.” Citação de Gnerre (1998).





Pastoral Afro

A pastoral afro foi se construindo ao longo de muitos anos, através do esforço dos diferentes agentes católicos que, em nome da sua fé, procuraram encontrar espaços de atuação e testemunho na vida e na missão da Igreja. Neste caminho, tinham a certeza de pertencer a Igreja, a comunidade de fé e também a convicção do grupo cultural: afro. No encontro com a fé cristã, apesar da sombra do escravismo, os negros brasileiros foram aprendendo o sentido do culto da Igreja católica, percebendo a necessidade de contribuir com os valores e riquezas da tradição africana.  Apesar de histórias e trajetórias diferentes, começaram proclamar a mesma fé.
Assim, a pastoral afro nasceu da necessidade de dar organicidade as diferentes iniciativas da comunidade negra católica presente na vida e missão da Igreja.  Fruto, também, da consciência das necessidades que vão surgindo, a partir, do aprofundamento do compromisso com a caminhada das população negra. A pastoral é compreendida como zelo apostólico para como o povo, sobretudo, para com os necessitados, pobres e abandonados. Com isso, as diversas iniciativas dos negros católicos encontram na pastoral afro um espaço de reflexão, articulação e diálogo voltados para a vivacidade e dinamicidade da ação evangelizadora da Igreja.
Na Diocese de Camaçari, a Pastoral Afro se faz presente sendo assistida eclesiasticamente por Padre Valmir Miranda, celebrando sempre as Missas Afros na Quase-Paróquia da Ascensão do Senhor no 3º domingo de cada mês, vivenciando a liturgia das comunidades com espírito cristão e evangelizador.
A liturgia é sempre de louvor com cantos alegres e animados que nos remetem aos cantos dos nossos ancestrais e celebrando a vida ao som de atabaques, tambores e berimbaus. Com missas preparadas pela equipe de acordo com o Tempo a e Liturgia do dia, não desvalorizando o que a Igreja Católica manda, em momento algum fazendo a troca do que é litúrgico para os católicos para acrescentar o que é de uso no candomblé.

Entrevista cedida por: Nino Borges - representante da Pastoral Afro da Diocese de Camaçari e servidor público.




sexta-feira, 20 de setembro de 2019

O Candomblé - Religião matriz africana


O candomblé é uma manifestação religiosa africana trazida pelos povos africanos escravizados durante o período colonial. Chegando, houve modificações no culto de seus seres espirituais conhecido por nós como orixás. Com a vinda de várias nações, e por conta, da perseguição sofrida pela igreja católica, assim também, pela separação dos entes das mesmas tribos, acabaram unindo suas crenças e tornando o candomblé um culto de várias entidades interligadas, diferentemente do que ocorria na África. Para poder expressar a sua crença, houve a associação com os santos católicos, assim como, em ato de respeito, cultuaram a ancestralidade das divindades indígenas causando um processo de assimilação. Muito do que se sabe sobre a cultura religiosa da África, advém do conhecimento do povo de ketu, contudo se sabe ainda muito pouco sobre a totalidade da religião.
No momento em que os escravos faziam seu culto para os orixás, com suas danças, músicas e o atabaque (é um instrumento musical de percussão afro-brasileiro que significa "prato”. Constitui-se de um tambor cilíndrico ou ligeiramente cônico, com uma das bocas coberta de couro de boi, veado ou bode), e quando viam os capatazes para a senzala eles começavam a clamar para os Santos Católicos para que não houvesse nenhuma punição. Cada orixá  correspondente a um santo católico, são eles:
Euá - Nossa Senhora das Neves..
Iansã - Santa Bárbara.
Eres/Ibejis - Cosme e Damião.
Iemanjá - Virgem Maria, principalmente Nossa Senhora da Conceição e Nossa Senhora dos Navegantes.
Logum - São Miguel Arcanjo e Santo Expedito.
Nanã - Santa Ana, mãe de Maria.
Obá - Santa Catarina, Santa Joana D´Arc e Santa Marta.
Obaluaiê - São Lázaro e São Roque.
Ogum - Santo Antonio e São Jorge.
Oxalá - Jesus.
Oxóssi - São Jorge e São Sebastião.
Oxum - Nossa Senhora das Candeias e Nossa Senhora Aparecida.
Oxumaré - São Bartolomeu.
Xangô - São Francisco de Assis, São Jerônimo, São João Batista e São Pedro.

Por causa do instrumento que eles tocavam que originou o nome candomblé que é uma junção do quimbundo “candombe” (dança com atabaques) com o termo iorubá “ilé” ou “ilê” (casa): significa, portanto, uma "casa da dança com atabaques".
Com isso tem dia da semana de saudação aos orixás, é comum usar roupas de cores correspondentes a eles, contas na cor do santo, sendo também o dia mais propício a fazer oferendas e alcançar graças, assim como agradecê-las. São eles:
·         Exú – Que é o mensageiro dos orixás
Saudação: Laroyê Exú!; Cores: vermelho e preto; Dia da semana: Segunda-feira.

·         Ogum – O orixá da guerra, é também ferreiro.
           Saudação: Ogunhê; Cores: azul, verde; Dia da semana: Terça-feira.

·         Oxóssi – O orixá da caça e rei das matas.
           Saudação: Okê arô!!; Cores: verde, azul ;Dia da semana: Quinta-feira.

·         Nanã Buruku – a mais velha dos orixás, primeira esposa de Oxalá, deusa da morte.
           Saudação: Saluba Nanã!; Cores: lilás, roxo; Dia da semana: Domingo.

·         Omulú/Obaluaiê – O orixá da medicina, deus da varíola.
           Saudação: Atotô!; Cores: marrom, cor palha; Dia da semana: Segunda-feira.

·         Oxumaré/Bessen – O orixá da riqueza representado pelo arco-íris e pela cobra.
           Saudação: Arroboboi Oxumarê!; Cores: amarelo e verde; Dia da semana: Terça-feira.

·         Iansã – Senhora dos ventos e tempestades.
           Saudação: Epahey Oyá!; Cores: marrom e vermelho; Dia da semana: Quarta-feira.

·         Logunedé – O caçador filho de Oxum e Oxóssi.
          Saudação: Loci Loci Logun!; Cores: amarelo e azul; Dia da semana: Quinta-feira.

·         Xangô – Senhor da justiça.
           Saudação: Kao Kabiesilê!; Cores: vermelho e branco, marrom e branco; Dia da semana: Quarta-feira.

·         Oxum – Orixá do amor, da fertilidade e maternidade.
           Saudação: Ora yê yê ô!; Cores: amarelo; Dia da semana: Sábado.

Muitos terreiros de candomblé praticam ações sociais para beneficiar a comunidade como, por exemplo, festa nos dias das crianças, com distribuição de presentes e lanches para as crianças; almoço do dia das mães; distribuição de cestas básicas entre outras ações sociais para beneficio da comunidade.
No entanto o olhar preconceituoso ainda existe o achar que “esses presentes e que os alimentos foram oferecidos” faz com que muitas ações sociais do terreiro parem de ser feitos.




Este blog foi criado para revelarmos as riquezas de nossas cidades!!!

Diário de Bordo

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