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Foto: camacari.ba.gov.br |
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Foto: www2.correio24horas.com.br |
Vila de pescadores que ficou famosa mundialmente na década de 60 através da Fazenda Carantigui - posteriormente conhecida como Aldeia Hippie de Arembepe- tendo sido visitada por famosos como Mick Jagger e Janis Joplin, a praia de Arembepe está entre as mais frequentadas do litoral baiano. Seja por quem está em busca da beleza exuberante de sua orla ou da boemia característica de suas noites, Arembepe - "Aquilo que nos envolve"- sempre tem um atrativo para a idade e a personalidade do "freguês".
Com águas cristalinas, lagoa, rios e vida noturna ativa durante todo o ano, a praia é procurada por famílias, boêmios solitários, jovens e idosos que encantam-se com seus atrativos e, não raras vezes, não conseguem mais ir embora.
Além de uma paisagem natural privilegiada e de uma charmosa e rústica localidade, está situada ali uma base do Projeto Tamar, que destina-se a preservação das tartarugas marinhas e da vida marinha como um todo, monitorando 47 km de praias e concentrando o maior número de desovas do país.
Como marcos históricos restam as tradições que as novas gerações aprenderam com seus antepassados e se esforçam para manter vivas. Nos anos 30 iniciaram-se as procissões em louvor ao padroeiro da localidade: São Francisco de Assis e, após as caminhadas religiosas, os pescadores e suas famílias reuniam-se para tocar, cantar e brincar pelas ruas sozinhos ou acompanhados pelas charangas (bandas de instrumentos de sopro). O clima de paz e amor atrairia pescadores e familiares de praias e cidades vizinhas, até que tomou proporções e começou, nos anos 70 ter participação de grandes trios e bandas, o que descaracterizou totalmente o bucólico festejo e marcou época pela importância gigantesca que começaria a ter.
A famosa "Lavagem de Arembepe" durava 4 dias e acontecia pontualmente 15 dias após o carnaval, sendo chamada de encerramento oficial do verão baiano. A lavagem não poderia ser finalizada de maneira mais condizente com o clima local: Um momento família, romântico, boêmio... O esperado "Baile dos Coroas". Tão aguardado quanto a própria festa principal, o evento sempre foi realizado na segunda-feira subsequente a festa e tinha como atrações musicais cantores e bandas de seresta e outras atrações românticas. O que via-se pelas ruas neste dia era especialmente bonito: Senhores e senhoras vestidos caprichosamente saiam de suas casas para a Praça dos Coqueiros para bailar com seus pares, cortejar seus pretendentes e confraternizar com outros casais.
Atualmente, com um cortejo de baianas e muito afoxé abrindo as festividades e tendo em sua grade atrações de grande, médio e pequeno portes, a lavagem transcorre em clima de animação e familiaridade pelos nativos, veranistas e visitantes, porém completamente diferente do que foi no início: A procissão religiosa ano após ano é invadida por uma turba de políticos e seus correligionários afim de demonstrar prestígio com os locais, as charangas deram lugar a trios e mini trios, os palcos tiveram que ser multiplicados para dividir a multidão que invade a localidade a cada festejo, os aluguéis são inflacionados nesta época do ano e até encontrar pão nas padarias é loteria e depende de acordar muito cedo e disposto a passar tempo na fila.
A principal mudança da festa de Arembepe pode ser observada na última noite: O baile que outrora foi "dos Coroas", hoje reúne muito mais jovens que idosos e já não vê o mesmo esmero de outros tempos nas vestimentas e nem a mesma elegância no comportamento. A hospitalidade dos nativos - como são chamados os naturais de Arembepe acabou dando espaço para a invasão e descaracterização da festa, ganhando em lucratividade e perdendo em charme, tranquilidade e originalidade.
O que ainda diferencia o festejo popular de Arembepe das demais festas de largos da Bahia é a atmosfera local hippie, rústica, animada que resiste por gerações e impera em suas ruas, rostos e corações.
Postado por: Ariane Gomes
Boa contribuição para o nosso blog!!!
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